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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Sarau dos "Poetas da Casa das Rosas" dia 31 de outubro


Homenagem aos "Poetas Malditos" brasileiros.
Assim chamados pelos temas polemicos abordados.
Abrilhantando o sarau tivemos o talentoso e simpático grupo musical "Tupi or not Tupi"

Segue um soneto de Augusto dos Anjos um dos muitos homenageados.
(Nasceu em 1884 - faleceu em 1914)


A Esperança

A esperança não murcha, ela não cansa,
Também como ela não sucumbe a crença.
Vão-se sonhos nas asas da Descrença,
Voltam sonhos nas asas da Esperança.

Muita gente infeliz assim pensa;
No entanto o mundo é uma ilusão completa,
E não é a esperança por sentença
Este laço que o mundo nos manieta?

Mocidade, portanto, ergue o teu grito,
Sirva-te a crença de fanal bendito,
Salve-te a glória no futuro – avança!

E eu, que vivo atrelado ao desalento,
Também espero o fim do meu tormento,
Na voz da Morte a me bradar: descansa!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

LIberdade


Liberdade

Isabel Sousa


Sonha... Te transporta
À soleira da tua porta
Quando te viam brincar,

Naquela rua pacata
Cantavas cantigas de roda
Jogavas amarelinha
Alegre pulavas corda

A noite caía mansinha...
Papai e mamãe a olhar...
Vovós e vizinhos também
Felizes a conversar

O sol morria lento
Naquelas tardes de verão,
Um gatinho pachorrento
Ao lado feliz um cão

Contempla a paz
Que reinava em teu passado
Ouve os grilos que cantavam,
Vê dançar os pirilampos...

Apesar da distância
Ainda paira no ar
Um cheiro de poesia
A vida tomou outra cor
Tomou outra dimensão...

Não tinhas computador
Nem tanta ansiedade,
Brincavas na calmaria
Respiravas liberdade!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

ANO 3000 (Utopia?)

Isabel Sousa
Violência - opressão;
Intolerância - injustiça,
Palavras há muito banidas
Deste planeta terra
Ninguém sabe o que foi guerra,
Algo perverso, sem razão;
Quem nela lutou, sequer a entendeu.
Alucinação!
Armas? o que é isso?
Objetos de museu,
Impossível imaginar
Que algum um dia
Alguém as empunhou
contra o seu semelhante!
Deve ser lenda,
Produto da imaginação
De mentes doentias
De um passado distante!
Houve gente sem teto,
Crianças abandonadas
Mendigando afeto;
Sociedade injusta,
Um dia se perdeu
Em um mundo sem nexo!
Ano três mil,
Só há amor - paz;
Fraternidade - dignidade...
Em cada rosto um sorriso,
Um amigo em cada canto,
Há música...
O chilrear dos passarinhos,
A graça do beija-flor,
A imponência do condor
Pelos céus a navegar.
Inúmeras especies
Dos mais belos animais,
Muito verde, flores e mais flores...
As rosas não têm espinhos,
Exalam doce perfume.
Cristalinas águas,
Suavidade dos rios...
Imensidão dos mares;
Harmonia - gente feliz!
Ama - vive!