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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

LÍNGUA PORTUGUÊSA - ISABEL SOUSA



Língua Portuguesa



(Do livro “O Menino Poeta”


De: Isabel C. S. Sousa


Meu amigo Luisinho
Chegou de Portugal
É diferente o seu jeitinho
Mas é um cara legal

Ele diz que acha “gira”
A menina que ele gosta
Passa por ela e suspira
Num grande amor ele aposta

Um pouco de confusão
No nosso vocabulário,
“Gira”, quer dizer bonitinha,
Esperta... engraçadinha

Ele diz então:
Oh, “pá” vamos brincar!
És um “gajo bestial”
Que quer dizer: um cara legal

Eu lhe jogo a bola
Ele a “atira” para mim
Agora o que me consola...
Há alguma diferença sim,
Mas nosso idioma é igual
Meu sotaque é brasileiro
O dele de Portugal

Lá o nosso goleiro
“Guarda-redes” é chamado
“Golo”!! Entrou certeiro
E, a bola rolou no “relvado”
Que quer dizer: no gramado

Nosso pedestre é “peão”
Abraço “chi-coração”
“Cortador” nosso açougueiro,
Luís vai à “casa de banho”
Mas eu vou ao banheiro.
Eu sento na privada
Ele senta na “sanita”...
Levo a mão à cabeça e cismo!
Enquanto eu puxo a descarga,
Ele puxa o “autoclismo”


E o nosso salva-vidas?
É chamado de “banheiro”
O frentista do Posto
Lá chama-se gasolineiro
Agora eu aposto,
As dúvidas estão resolvidas
Luís de qualquer maneira
Já sabe que “parlapatão”
É o nosso impostor
Que sua “hospedeira”
É a aeromoça brasileira
Que o nosso colibri
É o seu chupa-flor,
E o nosso grampeador
Lá chama-se “agrafador”
A “chucha” é nossa chupeta
E, “Biberom” a mamadeira

Os “comboios” ligeiros
São nossos trens afinal,
E os ônibus brasileiros
“Auto-carros” em Portugal

E, a fila? Que engraçado!
De “bicha” é chamada,
Luisinho admirado
Parece não entender nada!
Eu lhe digo bem brejeiro,
Que “bicha” aqui é veado
E que lá é “paneleiro”

“Almeida” nosso gari
O “tele-móvel” celular
Cor “encarnada” é vermelha,
Sorvete é um “gelado”
E balinha “rebuçado”

Já nem sei mais o que falo,
O nosso jogo da velha,
O deles é jogo do “galo”.

Com toda a confusão,
Chego a uma conclusão:

Nenhuma dúvida fica,
Digo com toda a certeza:
Como é bela e rica
Nossa Língua Portuguesa!





Temos aqui uma bela construção poética de nossa amiga Isabel, e que faço questão de colocar bem aqui o meu comentário. Ela trata a língua portuguêsa como objeto de união dos povos fazendo aproximação das palavras. Belo poema Isabel!!

Ana Maria Maruggi

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

MAR DE LISBOA - ISABEL SOUSA


Lisboa vista da Torre de Belém - Portugal - Foto de Vitor Oliveira


Mar de Lisboa



Tenho saudades do mar!

Daquele mar enorme...

Ora suave ora turbulento

Na muralha eu ficava a olhar

O mar que nunca dorme

Embalado ao vento


O mar que cheira à minha infância

Parece-me ouvir o seu lamento

Mesmo a longa distância

Vejo dum navio a proa...

Gaivotas grasnando ao vento

Nas pacatas margens de Lisboa


Ouço o seu bramar

Sublime informe e sedento

Que saudades daquele mar

Que saudades daquele vento!

Vista de Lisboa

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

HOMENAGEM A SÃO PAULO PELO ANIVERSÁRIO DA CIDADE - ISABEL SOUSA





Homenagem a São Paulo
Isabel Sousa


Vou ao encontro da minha infância
E vejo-me nas muralhas do Tejo
A mente transpõe qualquer distância
E aquele tempo claramente o revejo
Espero no cais - amigos ou parentes
Caem as amarras dos navios
O vento sacode as águas transparentes
Minha imaginação navega tão distante!
E de olhos fechados sinto doces arrepios
É Sonho - é doçura delirante!

De súbito, olho ao meu redor
Liberto-me da paisagem do passado
Não vejo mais o Tejo no esplendor
É que vivo hoje do outro lado

Sinto-me envolta em poesia
Uma necessidade em me expressar!
A natureza tem algo que me inebria
Mas o acaso me distanciou do mar

Quero calar em mim a ansiedade
E amar o lugar que me dá guarida
Sobrevivo nesta imensa cidade
Ela faz parte da minha vida
Há em mim um não sei quê
Que me diz que farei sorrindo
Um poema doce e lindo
Aos rios – Pinheiros e Tietê!

“Ai São Paulo – São Paulo da garoa”
“São Paulo que terra boa”!

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

VOVÓ SÉCULO XXI - DO LIVRO O MENINO POETA DE ISABEL SOUSA





Vovó século XXI

Como é bom ter uma avó!
Companheira que ela só!
Conta histórias de encantar
Branca de Neve – Cinderela...
Canta canções de ninar,
Não me imagino sem ela

Conta que o lobo mau é bom,
Que não comeu a avozinha,
Pois quando o encontrou
No caminho da floresta
Deu-lhe tanto carinho
Mais parecia um cachorrinho
E pra ele tudo era festa

Ela inventa e diz então,
Que a vida é uma comprida linha
Que a ponta final é a dela
E que a do inicio é a minha
Tenho que correr pra pegá-la
Soltando a imaginação
Um dia vou alcançá-la.

Sabem que a minha vovó,
Leva-me a passear
Acompanha-me à natação
E ensina-me a nadar?

Quando ela está por perto
Não tenho medo nenhum,
A minha avó é decerto
Vovó século XXI.

Do livro “O Menino Poeta” de Isabel C. S. e Sousa

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

SÃO PAULO - POESIA DE ISABEL SOUSA

Homenagem a cidade de São Paulo que fará 456 anos no dia 25 de janeiro de 2010.

SÃO PAULO

Cidade que amanhece
Sob o céu pardacento
A poluição trafega
Mas o sol aparece
Sorri, e nos aquece...

São Paulo que cresce
São Paulo que se agita
Cidade que não dorme
Chora - ri - e grita!

As aves que cantam
Nas copas das árvores,
Os silvos do Bem-te-vi,
Os trinados do sabiá...
E mais aves esvoaçam
Gorjeiam pra lá e pra cá

Cidade de todos os credos
Respira por todos os poros
Metrópole cheia de histórias
Seu povo é oriundo
De todas as partes do mundo

Cidade dos contrastes
Cresceu vertiginosamente
É a maior do Brasil
É uma cidade imponente!

Padre Anchieta é seu patrono
Ergueu orgulhoso a bandeira
Sendo um dos fundadores
E inspiradores
Da cultura brasileira

Com sua força então
A partir,
Dum humilde barracão
Além da Serra do Mar
Foi desbravado este chão

Seu povo perseverante
Fez da pequena São Paulo
Uma cidade gigante!



PARABÉNS SÃO PAULO!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

MINHA PRIMEIRA OFICINA DE TEXTOS


http://www.poiesis.org.br/casadasrosas/



CASA DAS ROSAS - ESPAÇO HAROLDO DE CAMPOS DE POESIA E LITERATURA.






Oficina Idéias e Ideais

Foi aqui que, numa visita informal, tornei-me frequentadora de minha primeira oficina de textos.


Monitorada pela Ana Maria a oficina foi rica de aprendizado com enorme variedade de temas sugeridos: Bossa Nova e a Garota de Ipanema, Meu primeiro amor, Eu Avenida Paulista, Sala de Espera, e tantos outros. Todos os encontros eram cheios de surpresas, videos, leituras, brincadeiras, e muita criação. O dia seguinte era esperado com ansiedade, pois tínhamos desenvolvido um texto sugerido como tarefa em nossa casa, então ansiávamos por mostrar como estávamos nos dando bem com nossos textos.


Em breve outra oficina vai começar e eu estarei lá!

domingo, 17 de janeiro de 2010

SONHO DE UMA CIDADÃ - ISABEL SOUSA




Sonho de uma cidadã

Isabel Sousa


Deu-me uma vontade danada
De me candidatar a Prefeita!
Eu sei que seria eleita
Mas o tempo se esgotou
Não posso fazer mais nada.
Estou pensando firmemente
Do Brasil ser Presidente

Certo candidato a Prefeito
Tempo atrás me alertou
Dizendo se fosse eleito
Duas lajes iria construir
Sobre os nossos rios famosos
O Pinheiros e o Tietê,
Que o trânsito iria fluir
A noventa ou cem por hora!
Aqueles rios famosos
Conservam um não sei quê
Da nostalgia de outrora!

Eu prometo então
Quando eleita Presidente
Ao deleitar-me no Planalto
Com minha nata ambição
Neste país colossal
Construirei afinal
Uma ponte bem no alto...
Sob o imaginário meridiano
Ao encontro de Portugal
“À beira-mar plantado”
Firmes lajes de concreto
Sobre o Atlântico Oceano
Linhas curvas ou retas
Será só acelerar!
Eu gosto da aventura
Olhando a arquitetura
Naquele espaço sem fim
É meu desejo ardente...
Ambições – ambições!


Nas próximas eleições
Votem em mim
Pra Presidente.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

MEU CÉREBRO - Isabel Sousa


Meu cérebro

Meu cérebro é um arquivo ordenado
Conserva lembranças do passado
Mas sinto que lá bem no fundo
Há neurônios adormecidos
Talvez inundados da fragrância
De um distante e pequeno mundo
Que remota à minha infância
Tênues lembranças de tempos idos

Meu cérebro
Dono dos meus pensamentos
Ele me comanda – ele sou Eu
Sinto as conexões cerebrais
Mistura de tristezas e alegrias
Mágoas – suspiros – sorrisos e ais
Que persistem em meus dias

Eu não quero sentir-me triste
Aí meus neurônios entram em convulsão
E uma voz sai da minha mente e diz:
Felicidade não existe
Há mágoas em teu coração
Que não te deixam feliz

E, o cérebro me domina
Seria só arquivar
No recanto do esquecimento
Tudo o que me fez sofrer
Eu só queria esquecer
Pois já foi há tanto tempo!

Preciso lutar - comandar minha mente
Acabar com as confusas sensações
Mandamos no cérebro... ou ele manda na gente?
O Eu controlará minhas emoções
Estabeleço um diálogo interno
Descubro minha força pessoal
Vejo que nada no mundo é eterno
Nem meu arquivo cerebral.


Isabel Sousa