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terça-feira, 21 de setembro de 2010

Depressão - QUASE - Isabel Sousa

Depressão
Isabel Sousa


Tempos modernos.

Depressão era uma palavra praticamente desconhecida.

Será que não é de tanto se falar nela que deprime a gente?

Li em algum lugar:

“Tu não estás deprimido, estás distraído... Distraído em relação à vida que te rodeia...”

Enfim, filosofias... Que nos levam a pensar, que nem tudo o que a vida nos tira será negativo, às vezes até nos liberta para que possamos voar mais alto.

Os problemas devem-nos servir de lições.

A felicidade é um dever. Não devemos cultivar nossas amarguras.

Tentemos pôr em prática nossos talentos.

Sofrer é normal, mas procuremos força para ver o lado bom que esta passagem pelo mundo nos oferece.

Procuremos na hora da depressão pegar um livro... “MIL E UMA NOITES” – “DIVINA COMÉDIA”... Escutar “BEETHOVEN” - “MOZART”... Olhar Pinturas... “REMBRANT” – “PICASSO”... etc.

Apenas sugestões... Tantas maravilhas!

E, por que não ouvir um samba? Ou ler poemas?

A poesia faz parte da vida.

Rabiscar um poema... Escrever algo que passa pela nossa cabeça... Faz-nos muitas vezes sorrir.

Se estás desocupado ajuda o próximo que precisa de ti.

Não há sensação melhor que a sensação de ser útil.

A vida muitas vezes nos traz mil razões para chorar, é certo, mas também nos mostra muitas para sorrir.

Ser feliz? É o ideal.
Pelo menos sejamos quase felizes.



QUASE




QUASE

Sou quase feliz
Quase que fiquei alegre
Ao sentir-me quase feliz
Felicidade não existe?
Estou quase triste
Não quero ser infeliz!

Faço força pra ser feliz
Quero apagar da memória
Coisas que quis fazer e não fiz.
Outras que teimei em fazer
Das quais me arrependi

Estou quase contente
Minha missão na vida
Está quase no fim
Cumpri tudo com emoção
Sinto enfim,
Que quase...
Não é vitória,
É conformação,
Como chegar à final
De uma competição
Ganhar a medalha de prata
Sendo quase um campeão!

Paisagem de Portugal - Isabel Sousa

Sintra - Portugal



Paisagem de Portugal
Isabel Sousa

Paisagem de Portugal
Onde canta o rouxinol
Brisa balança os trigais
Terra banhada de sol

Rouxinol


Pelas trilhas os pardais
Mais além os olivais...
Tordos saltitam por lá
E o pintassilgo inquieto
Voa pra lá e pra cá


Pardal

Bem ao longe no campanário
Vejo dourado o canário...
Sinto paz, luz e afeto...
A bruma no horizonte
Envolve-me em poesia
E para além da ponte
Canta alegre a cotovia


Cotovia

Também lembro o tentilhão
Com vários cantos distintos
Da toutinegra ligeira
Voando sobre a montanha


Tentilhão Zebra

Pintarroxo e seu gorjeio
E ao longe, bem de mansinho...
O negro melro se esgueira
Com um canto divinal,
Doces visões do passado
Lembranças de Portugal!


Melro Negro



quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Crueldade - Isabel Sousa




Crueldade
Isabel Sousa



Quando penso na chamada cadeia alimentar sinto um não sei quê de constrangedor.
O mundo está montado desta forma assim diremos.
Verdade, não tem como mudar a ordem das coisas.
Porém, ocorrem fatos inconcebíveis.
Fiquei horrorizada ao tomar conhecimento de como os animais que nos alimentam são tratados na maior parte das vezes.
Começando pelos galináceos (frangos e galinhas) que são confinados em cubículos onde mal se podem mexer, e para que não se biquem o que fazem por instinto natural tentando conquistar o mínimo de espaço que lhes é devido para que se possam locomover, então lhes é cortado os bicos.
Que barbaridade!
Parece que a União Européia se sensibilizou e está fazendo algo para abolir essas agressividades.
Pretendem também eliminar uma prática adotada na criação de suínos onde as fêmeas gestantes são confinadas em cubículos até darem à luz.
Precisamos tratar melhor os animais em geral, e, se não podemos fazer grande coisa, denunciar já é algo.
Assim como tentar proibir os rituais macabros com as ovelhas que são degoladas e sem poderem ser sedadas atendendo a preceitos religiosos em cultos muçulmanos, acontece até em países europeus, como na França por exemplo.
É realmente preocupante o tratamento dado aos animais que nos servem de alimento, no mínimo precisamos respeitá-los, já que não podemos virar todos vegetarianos.
Estudar o comportamento dos animais em geral é importante para nós humanos não nos sentirmos donos do mundo.
Eles têm sentimentos – amam – sofrem – e se expressam também quando se sentem felizes.
Um tempo atrás escrevi sobre as touradas, “diversão” covarde!
Espero que um dia elas acabem.
No Brasil não há touradas, mas temos os rodeios, os touros com aquela cinta que lhes deve provocar dores – mal estar – e os peões sentindo-se heróis sobre o sofrimento irracional dos animais.
Quem será mais irracional?


Segue-se um poema que escrevi há cerca de 10 anos. Talvez seja oportuno publicá-lo:



Luta pela sobrevivência
Isabel Sousa

Vejo um barco de pesca
Navegando em alto mar
Uma névoa opalina
Mescla-se à espuma
Das ondas cor de prata
Os pescadores lançam suas redes
E rasgam as entranhas
Das águas oceânicas

Homens simples
Rostos tisnados pelo sol
Tiram vida do mar
Para alimentar outras vidas
E os peixes se agitam
Na agonia da morte
Até sucumbirem
No meio das embarcações
Ou nas areias das praias

Os pescadores precisam da pesca
Para sobreviverem
Homens de quem ninguém fala,
Que enfrentam a força das águas
Em constante labutar
Vão ao mar pra ganhar a vida
E quantos a perdem no mar

A luta pra sobreviver,
Ah, como me faz pensar...
Não consigo entender
A cadeia alimentar
Em nome dessa cadeia
A gente pode matar!

sábado, 4 de setembro de 2010

Passeando pela Russia e da Russia para Portugal

Passeando pela Russia

Agosto/2010
Isabel Sousa



Sob o sol escaldante desembarquei em São Petersburgo. Antiga capital da Rússia. Cidade linda! Cheia de histórias. Seu primeiro capítulo começou em 1703 na pequena Ilha das Lebres, região norte do Rio Neva, onde sob as ordens do Czar Pedro I, o Grande, foi fundada a Fortaleza “Sankt-Piter-Burg”, que quer dizer a Cidade de S. Pedro.

São tantas as histórias!
Se fosse descrever todas as minhas emoções meu Blog viraria um livro.
A arquitetura daquela época nos impressiona demais! Está tudo preservado e lindo! As ruas são amplas – limpas e belas.
A parte cultural está sempre pronta a oferecer os mais variados espetáculos.
Isto é um pequeníssimo resumo duma simples turista que pela primeira vez pisou em terras russas.
A História dos Czares nos prende a atenção, às vezes nos parecem irreais.
Catarina a Grande – Alexandre o Grande – Pedro o Grande... E, aí vem o Ivan o Terrível! Que matou o seu próprio filho de 10 anos de idade.
Enfim, jamais poderíamos entender aquelas mentalidades.

O que estranhei na Rússia, é que nada se fala da época da União Soviética, passam a impressão de querer apagá-la.
Realmente não entendi, por que História é História.
Curioso que eles não se sentem europeus, talvez pela proximidade com a Ásia e se negaram a fazer parte da Comunidade Européia.
Devem ter as suas razões.






Depois de São Petersburgo embarquei num maravilhoso trem rumo a Moscou.(MOCKBA), perto de 5 horas e meia de viagem.

A paisagem, não direi deslumbrante, mas me fez lembrar um conto de fadas.
Bonitas casas dispersas, onde, segundo fui informada, geralmente as pessoas depois de aposentadas se recolhem nesses lugares fugindo do aglomerado das cidades grandes, plantando e colhendo muitas vezes seu próprio alimento.
Moscou é a maior cidade da Europa com cerca de 11 milhões de habitantes.
E mais uma vez me vejo encantada com tanta beleza.
Bem traçada – jardins – arquitetura medieval – o Kremlin, a Praça Vermelha, e muitas estátuas não faltando a de Lênin.
E aqui estou eu viajando em pensamento, e mais uma vez me toco que terei que abreviar minha descrição, temo sempre escrever demais.
Visitei museus – assisti a um maravilhoso Balé. Antes de começar o espetáculo nos é oferecido uma taça de champanhe com algumas iguarias típicas.
Acabado o espetáculo perambulamos pelas ruas de Moscou, parece uma cidade dourada.
Passava da meia-noite, a pé caminhamos para o Hotel, com tranqüilidade.
Moscou tem o Metrô mais famoso do mundo, ornamentado com as mais variadas estátuas e belos quadros, cada qual com sua história.

Porém, quando a gente se mistura com a realidade do dia a dia, com a aglomeração frenética dos transeuntes, aquelas escadas rolantes quilométricas, o povo correndo descendo ou subindo alheio ao movimento pachorrento dos degraus deslizando num ritmo normal, somado ao ensurdecedor barulho das locomotivas, digo que me senti um tanto sufocada.

Numa dessas aglomerações, alguém pisou forte o meu pé calçado apenas com umas havaianas brancas com a bandeirinha do Brasil “Ai! Que dor!” Saiu-me da boca esta frase batida:“Você não vê por onde anda?” Claro que o pobre nem percebeu e muito menos entenderia a minha frase. A dor abrandou ao verificar que ele era cego, com sua bengala corria tentando acompanhar o aglomerado e acelerado grupo de pessoas. Olhei para minha filha e lhe disse: “Precisei vir a Moscou para ver um cego a correr.”













Uma semana repleta de emoções. Valeu a pena!
Viagem inesquecível.
Pela Rússia andei em companhia de minha filha, foi maravilhoso!
Despedimo-nos em Moscou. Eu rumei para Lisboa e ela para Paris.


Claro que em Portugal vivi a emoção de me sentir turista na minha própria terra.
Apenas uma semana também, muita gente querida me recebeu de braços abertos, amigos e familiares. Revi meus netos portugueses, Raquel, Sara e Daniel, e, claro que o meu amado filho que trocou o Brasil por Portugal.
Gostaria de colocar aqui o nome de todas as pessoas que me abraçaram, como não dá, então lhes direi: “Estão todas no meu coração.”
Foi intensa essa semana! Visitei as cidades dos arredores de Lisboa, com Susana e sua filha Miri, eu brincava com elas e lhes dizia: “Adotei vocês, Susana minha filha e Miri minha neta.” Susana é filha de uma minha amiga de infância, que infelizmente o ano passado nos deixou para sempre.

Enfim, terei que parar por aqui, se prolongar esta narrativa, tornar-se-á cansativa.

Obrigada aos visitantes de meu blog.

SPASSÍBA (obrigada, a única palavra que aprendi no idioma russo)


quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Passeando em Lisboa







Passagem por Lisboa - Isabel Sousa

Passagem por Lisboa
Isabel Sousa


Pousei meu olhar lasso
Nos calçadões de Lisboa
Cadenciando de leve meu passo
Vagueei um tanto à toa
Procurei lembranças
Dum passado distante
Quimeras – sonhos – andanças...
A Rua Augusta adiante
Com seu Arco imponente
Quando eu era menina
Aquele calçadão era inexistente
E, os elétricos pachorrentos
Deslizavam quase em surdina
Ora velozes ora lentos...

Eu gostei do calçadão
No Arco o relógio é o mesmo
Saí da Rua Augusta sorrindo
Avancei quase a esmo
Lá estava o Terreiro do Paço
A Estátua de Dom José
E o Tejo cada vez mais lindo!
Em minha mente lhe dei um abraço
E ele beijou o meu pé!
Além do Tejo, o Cristo Rei
Abrindo os braços em minha direção
Lisboa sussurra ao meu ouvido:
Tu tens saudades eu sei,
Mas teu amor está dividido
Do outro lado do Oceano
Tem uma chama de paixão,
Dum país que ano após ano
Te abriu os braços também

E, Lisboa como uma mãe,
Parece dizer baixinho:
Obrigada por teu carinho
Não me esqueças jamais
Cada coração é uma estalagem
Que sempre cabe alguém mais
Faz uma boa viagem
Volta, nem que seja em pensamento
Olha o meu mar e sente o meu vento!
(AGRADECEMOS OS COMENTÁRIOS SEMPRE MUITO ÚTEIS - A imagem foi substituida depois de postagem de nosso leitor)