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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Constante Renovação - Isabel Sousa



As quatro estações
Se vão repetindo
Repetem-se emoções
E a Natureza vai fluindo

Na Primavera – poesia
Flores – frutos – vento leve
Espreguiça-se a folhagem
Verde – bela – renovada...
Afinada sinfonia!
O sol nasce risonho e breve
Sensação de miragem
Tímida e espraiada,
Lentamente chega o verão
Nas flores – no verde – o cansaço
O brilho desvanecido
Rumores marcando o compasso,
O Tempo não é vencido
Jamais perde a razão

O enigmático Tempo desliza...
O Outono começa a sorrir
A Natureza impávida e precisa
Indiferente vê o Verão partir
As folhas tombam pelo chão
As árvores bocejam indolentes
No triste sentir das folhas ausentes

O Tempo sábio – matreiro
Mistura feiúra e beleza
Parece sorrir brejeiro
Com eterna sutileza
Solta as folhas ao vento
Tristes e abandonadas
Imagens de desalento
Vagueiam pelas estradas

Ele, o eterno – o diverso...
Lá vai com sabedoria
E comanda o Universo
Com estranha maestria

Sonho - glorificação
Numa magia suprema!
Em constante transformação
Parece soltar um poema

No entanto, no reino animal
Não há renovações
Como no reino vegetal;
Quando o inverno terminar
Não haverá mais estações!

Um comentário:

Mírian Warttusch disse...

Foi deliciosa esta viagem que empreendi pelo teu espaço literário, onde pude verificar que uma alma sensível e bela habita dentro de ti, tal a ganância que tens pelo belo, pelo épico, pelo erudito. Parabéns! Mais uma demonstração grandiosa de que os anos que contamos, se bem vividos, nos transformam em criaturas eternamente jovens e dispostas a aprender e ensinar sempre.