Foi em Porto Seguro – Bahia, que os portugueses construíram o primeiro núcleo habitacional do Brasil.
Considerado o próprio marco do Descobrimento.
Doces lembranças!
Percorri o litoral do território baiano. As praias me encantaram com suas brancas areias, e o sol dourado parecia beijá-las.
Vi indiosinhos caminhando - eles exibiam seus objetos artesanais e suas danças típicas. De rostos pintados, e a cuia na mão estendida, angariavam sorrindo algumas moedas dos turistas embevecidos por se sentirem tão próximo dos índigenas, pois alguns nunca os haviam visto de perto. Eles estavam alegres, e disseram que sentiam grande prazer por descenderem dos primeiros habitantes do Brasil. Gostei de vê-los, adoro conviver com crianças, representam a esperança, a liberdade... Enquanto o mundo não lhes mostrar os grilhões a que muitos seres são sujeitos, quantas vezes aprisionados pelas circunstâncias, pelas diferenças e, pelas indiferenças.
Eles estavam livres na sua aldeia e os senti muito felizes.
Emocionei-me, e me perguntei se antes das chamadas civilizações o mundo não seria melhor. A pergunta ficará no ar, pois ninguém saberá responder.
Na imensidão das areias afagadas pelas ondas do mar, acredito na poesia, mesmo sem cantá-la em versos, eu a sinto ao meu redor, e ela se aconchega dentro de mim.
Acompanhando-me na tragetória turistica um gracioso guia - mirim conta com entusiasmo as histórias do lugar, ele as decorou talvez sem enteder muito bem seus significados, de qualquer forma fez sem dúvida um bom exercício mental.
Perguntei-lhe se freqüentava a escola, respondeu-me que sim e que nas horas vagas era guia-mirim para ganhar algum dinheiro e ajudar a família.
Convidei-o a almoçar comigo; prontamente aceitou.
Sentamo-nos em volta a uma mesa redonda de pedra branca, mandei vir peixe frito – camarão – mandioca – salada de alface e água de côco.
Quando começamos a almoçar, ele olhou adiante três crianças que brincavam na areia, e disse-me que eram seus irmãos. Chamei-os e convidei-os a sentarem conosco. Pedi mais comida, parecia uma festa! No fim comprei sorvetes para todos.
João, era este o nome do meu simpático guia-mirim, após uns segundos de silêncio disse-me com lágrimas nos olhos:
Fico sempre com saudades dos turistas que acompanho, porque todos me tratam com carinho, mas é a primeira vez que me sento a uma mesa com alguém que eu acompanho, e ainda com meus irmãos! Jamais esquecerei este dia!
Sorri para ele - prometi que voltaria, e o procuraria. Uma lágrima rolou pela sua face bronzeada, e com expressão resignada disse simplesmente:
É sempre assim...
Despedimo-nos, e dei-lhe um forte abraço.
Um comentário:
Minha mãe do coração, parabéns é muito pouco. A postagem "Um pedacinho do Brasil." está excelente. Bravo, Bravo. Continue sempre com sua essência poética e não se deixe abater por nada. Amo-te.
Beijos.
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