Presente de Natal
Inúmeros contos de Natal já foram contados - recontados - e quase todos com o mesmo cenário.
A neve caindo como flocos de algodão – Papai Noel com seu trenó puxado pelas elegantes renas...
Este quadro poético todos os anos se aviva em nossa memória.
A neve sempre foi alvo de inspiração aos poetas e sonhadores. Basta imaginá-la para vê-la através das vidraças – então admirar os caminhos brancos e sublimes.
No entanto, a minha narrativa começará assim:
A chuva torrencial desaba impiedosamente sobre o Morro do Ipê amarelo – os moradores lutam para salvar seus parcos haveres...
Se ao invés da chuva fosse:
A neve cai suavemente sobre o Morro do Ipê amarelo – os moradores se extasiam e bendizem a Natureza...
Se seus habitantes não fossem pobres seria uma lindíssima paisagem – caso contrário eles ficariam enregelados e incapazes de se locomoverem.
Retornemos então ao Morro do Ipê amarelo.
O cenário é real e por vezes trágico, não quero dar-lhe uma dimensão de fatalidade, simplesmente pretendo narrar uma história de um Natal tropical.
A chuva cai incessante depois de um dia de sol ardente – há um misto de alegria e tristeza no ar.
Depois da luta pela sobrevivência – a chuva dá uma trégua.
É Natal!
Mas há sempre uma saudade no dia de Natal, por alguém que está longe ou, que já se foi para sempre.
Dentro dos toscos lares há luz – há esperança – risos – sobretudo na agitação das crianças que ansiosas esperam o Papai Noel.
A meia-noite se aproxima, então o Bom Velhinho de barba branca e sacola vermelha faz sua aparição escorregando por vezes no chão lamacento, mas é a hora de esquecer as dificuldades.
Distribui sorrisos, simples brinquedos e algumas roupas.
Entretanto, na casa do “seu” João havia duas crianças decepcionadas esperando em vão algum brinquedo ou alguma roupa. A mãe fora levada com urgência para a maternidade, e a comunidade ao meio do reboliço achou por bem respeitar o silencio da casa dos vizinhos.
A noite passou - o dia raiou – a mãe chegou perto do meio-dia.
Com o bebê ao colo e a alegria estampada no rosto abraçou com emoção os pequenos Rita e Luís dizendo-lhes cheia de amor:
Meus queridos, aqui está o presente do Papai Noel – olhem como é lindo!
Rita e Luís baixaram os olhos e responderam em coro:
Presente coisa nenhuma – Papai Noel se esqueceu da gente.
Em vão os pais tentaram melhorar a situação com várias promessas.
Outros natais vieram - Paulo foi crescendo – Rita e Luís mal o olhavam – ele representava a lembrança de um Natal triste – nunca queria brincar com ele.
No Morro do Ipê amarelo há pessoas que se consideram felizes apesar das dificuldades do local – conformadas – sonhadoras – há um mistério – um fascínio – quando os Ipês florescem o sol brilha e penetra nas ruelas.
O mato cresce livremente pelas encostas onde crianças brincam alheias aos perigos iminentes, nos encanta e ao mesmo tempo uma tristeza nos invade ao olhar aquele lugar desprovido dos recursos mais elementares.
Repete-se o Natal e nada muda.
Inicio do século XXI, e tanta gente vivendo sem conforto! Enquanto a pouca distância – outro mundo existe – progresso – sonho- magia – e ricas construções.
O Morro do Ipê amarelo lá está – uma capelinha improvisada bem no topo repica os sinos anunciando mais uma vez o nascimento de Cristo.
O dia amanheceu ensolarado, parecia rir da chuva forte da véspera.
Rita e Luís correram pela encosta do morro, Paulinho chorou que queria acompanhá-los. E, ainda disseram:
Não queremos cachorrinho atrás da gente.
Teimando, Paulinho os seguiu escondendo-se entre as árvores.
Os caminhos enlameados e escorregadios punham em risco a pequena aventura de cai e levanta daqueles pequenos exploradores de um espaço que eles tão bem conheciam.
A certa altura, porém, ambos escorregaram e se estatelaram dentro do córrego imundo.
Seguraram-se a uns galhos cujas raízes pareciam prestes a romper a terra encharcada. Não agüentariam por muito tempo e a forte correnteza os levaria na enxurrada.
Paulo pressentido a tragédia correu em busca de ajuda. Logo encontrou alguém que passava a alguns metros de distância e que prontamente os socorreu.
Desse modo a frágil e doce criança pode evitar uma tragédia.
Por fim, Rita e Luís, depois de restabelecidos do susto, comovidos abraçaram o irmãozinho e murmuraram juntos:
Paulinho, você foi o nosso melhor presente de Natal!
Os três se abraçaram e felizes voltaram para casa enchendo também de alegria a mãe e o pai.
Até o ipê amarelo deixou cair sobre a humilde casa as pétalas douradas de suas delicadas flores embelezando o cenário do começo de mais um capitulo que prometia muita paz e muito amor.
Inúmeros contos de Natal já foram contados - recontados - e quase todos com o mesmo cenário.
A neve caindo como flocos de algodão – Papai Noel com seu trenó puxado pelas elegantes renas...
Este quadro poético todos os anos se aviva em nossa memória.
A neve sempre foi alvo de inspiração aos poetas e sonhadores. Basta imaginá-la para vê-la através das vidraças – então admirar os caminhos brancos e sublimes.
No entanto, a minha narrativa começará assim:
A chuva torrencial desaba impiedosamente sobre o Morro do Ipê amarelo – os moradores lutam para salvar seus parcos haveres...
Se ao invés da chuva fosse:
A neve cai suavemente sobre o Morro do Ipê amarelo – os moradores se extasiam e bendizem a Natureza...
Se seus habitantes não fossem pobres seria uma lindíssima paisagem – caso contrário eles ficariam enregelados e incapazes de se locomoverem.
Retornemos então ao Morro do Ipê amarelo.
O cenário é real e por vezes trágico, não quero dar-lhe uma dimensão de fatalidade, simplesmente pretendo narrar uma história de um Natal tropical.
A chuva cai incessante depois de um dia de sol ardente – há um misto de alegria e tristeza no ar.
Depois da luta pela sobrevivência – a chuva dá uma trégua.
É Natal!
Mas há sempre uma saudade no dia de Natal, por alguém que está longe ou, que já se foi para sempre.
Dentro dos toscos lares há luz – há esperança – risos – sobretudo na agitação das crianças que ansiosas esperam o Papai Noel.
A meia-noite se aproxima, então o Bom Velhinho de barba branca e sacola vermelha faz sua aparição escorregando por vezes no chão lamacento, mas é a hora de esquecer as dificuldades.
Distribui sorrisos, simples brinquedos e algumas roupas.
Entretanto, na casa do “seu” João havia duas crianças decepcionadas esperando em vão algum brinquedo ou alguma roupa. A mãe fora levada com urgência para a maternidade, e a comunidade ao meio do reboliço achou por bem respeitar o silencio da casa dos vizinhos.
A noite passou - o dia raiou – a mãe chegou perto do meio-dia.
Com o bebê ao colo e a alegria estampada no rosto abraçou com emoção os pequenos Rita e Luís dizendo-lhes cheia de amor:
Meus queridos, aqui está o presente do Papai Noel – olhem como é lindo!
Rita e Luís baixaram os olhos e responderam em coro:
Presente coisa nenhuma – Papai Noel se esqueceu da gente.
Em vão os pais tentaram melhorar a situação com várias promessas.
Outros natais vieram - Paulo foi crescendo – Rita e Luís mal o olhavam – ele representava a lembrança de um Natal triste – nunca queria brincar com ele.
No Morro do Ipê amarelo há pessoas que se consideram felizes apesar das dificuldades do local – conformadas – sonhadoras – há um mistério – um fascínio – quando os Ipês florescem o sol brilha e penetra nas ruelas.
O mato cresce livremente pelas encostas onde crianças brincam alheias aos perigos iminentes, nos encanta e ao mesmo tempo uma tristeza nos invade ao olhar aquele lugar desprovido dos recursos mais elementares.
Repete-se o Natal e nada muda.
Inicio do século XXI, e tanta gente vivendo sem conforto! Enquanto a pouca distância – outro mundo existe – progresso – sonho- magia – e ricas construções.
O Morro do Ipê amarelo lá está – uma capelinha improvisada bem no topo repica os sinos anunciando mais uma vez o nascimento de Cristo.
O dia amanheceu ensolarado, parecia rir da chuva forte da véspera.
Rita e Luís correram pela encosta do morro, Paulinho chorou que queria acompanhá-los. E, ainda disseram:
Não queremos cachorrinho atrás da gente.
Teimando, Paulinho os seguiu escondendo-se entre as árvores.
Os caminhos enlameados e escorregadios punham em risco a pequena aventura de cai e levanta daqueles pequenos exploradores de um espaço que eles tão bem conheciam.
A certa altura, porém, ambos escorregaram e se estatelaram dentro do córrego imundo.
Seguraram-se a uns galhos cujas raízes pareciam prestes a romper a terra encharcada. Não agüentariam por muito tempo e a forte correnteza os levaria na enxurrada.
Paulo pressentido a tragédia correu em busca de ajuda. Logo encontrou alguém que passava a alguns metros de distância e que prontamente os socorreu.
Desse modo a frágil e doce criança pode evitar uma tragédia.
Por fim, Rita e Luís, depois de restabelecidos do susto, comovidos abraçaram o irmãozinho e murmuraram juntos:
Paulinho, você foi o nosso melhor presente de Natal!
Os três se abraçaram e felizes voltaram para casa enchendo também de alegria a mãe e o pai.
Até o ipê amarelo deixou cair sobre a humilde casa as pétalas douradas de suas delicadas flores embelezando o cenário do começo de mais um capitulo que prometia muita paz e muito amor.
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