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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Sarau dos "Poetas da Casa das Rosas" 28 de nov. de 2010



Homenagem aos Poetas "Malditos" estrangeiros.


Mário de Sá Carneiro (1890 – 1916)

Esperança

Esperança:
Isto de sonhar bom para diante
Eu fi-lo perfeitamente,
Para diante de tudo foi bom
Bom de verdade
Bem feito de sonho
Podia segui-lo como realidade

Esperança:
Isto de sonhar bom para diante
Eu sei-o de cor.
Até reparo que tenho só esperança
Pura esperança
Esperança de verdadeira
Que engana
E promete.
Esperança:
Pobre mãe louca
Que quer pôr o filho morto de pé?

Esperança
Único que eu tenho
Não me deixes sem nada
Promete
Engana
Engano que seja
Engana
Não me deixes sozinho
Esperança.



Porém, um dia ele perdeu a Esperança e não conseguiu viver sem ela!
Suicidou-se em um quarto de hotel em Paris tomando arsênico.
Seu funeral foi simples organizado por um amigo que o encontrou no quarto se debatendo com a morte horrível dos envenenados.
Ironia, em contraste do que ele havia escrito neste pequeno poema.


Quando eu morrer batam latas,
Rompam aos saltos e pinotes
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas


Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro.



( Que pena ele não foi de burro!)

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