Quem sou eu? (Um coração luso-brasileiro) Sou uma eterna sonhadora... descortino o sol em noites de luar, vejo o meu castelo de luz ruír, mas sempre tenho a esperança, de que nunca irá caír.
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
CAMINHOS OPOSTOS - ISABEL SOUSA
Caminhos opostos
Isabel C. S. Sousa
Parecia tudo cor-de-rosa – depois de um casamento regado por uma paixão avassaladora - amor estilo romântico – tranqüilo... doce...
Ana - vinte e cinco anos – sedutora – olhos brilhantes – corpo graciosamente arredondado – passos macios e firmes – possuía tudo o que fascinava Pedro.
Pedro – cerca de trinta e cinco anos - era elegante - olhos esverdeados iluminavam seu rosto moreno – sua conversa fluía com desenvoltura e se denotava certa experiência de vida.
Ana se encantou por ele.
Seria o casamento perfeito, juntando os sonhos de ambos e estabilidade financeira.
Assim, algum tempo se passou e Ana fazia de sua vida um conto de fadas.
Até que um dia, há sempre um dia que nos rouba a fantasia. Em um programa de TV, Ana vê a foto de seu marido estampada na telinha fazendo parte dos procurados pela policia.
Foi como se a noite baixasse de repente e as estrelas se apagassem.
Descobriu então, que ele era traficante.
Atordoada pensou conversar com ele – pedir-lhe para mudar de vida.
Perguntar-lhe por que a havia enganado?
Seria óbvia a resposta, ele diria:
“Se eu lhe contasse você me rejeitaria e eu a amo demais!”
Não havia dúvida que ambos se amavam.
Ana pensou muito de inicio e tentou fingir ignorar a vida dupla de Pedro. Mas era difícil, se sentia hipócrita. Então abriu o jogo revelando ao marido a sua descoberta dizendo que não iria ser cúmplice fingindo que nada sabia - e reforçou – ou você sai dessa vida ou nosso casamento acaba aqui.
Pedro fez um enorme esforço para se manter calmo: Ana, eu amo você, só quero o seu perdão, mas o meu envolvimento é tão grande! A minha cabeça está a premio. Tentei levar uma vida digna depois de conhecer você, mas a vida do crime chega a tal ponto que não tem mais volta.
Alojou-se em seus corações a sensação angustiante do fim de uma história que poderia ter sido e não foi.
Quando a policia chegou Pedro entregou-se sem resistência, mas antes abraçou a esposa pedindo perdão novamente.
Foi como se tivessem construído ao redor de suas vidas um belo jardim de cristal, e que uma tempestade destruiu repentinamente, cujos estilhaços atingiram ambos profundamente.
Ana o perdoou, mas não poderia mais viver com ele. A pena de trinta anos os separou para sempre.
Foi então, que rumou sua vida amorosa para outra paixão que a levou a construir um novo jardim, mas, desta vez com bases mais sólidas.
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2 comentários:
fantástico
Pelo Brasil a fora encontramos muitas pessoas
que seguiram rumos opostos em suas vidas.
Parabéns Isabel por mais uma obra literária.
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