SEGUIDORES

sexta-feira, 28 de maio de 2010

SAUDADES - Isabel Sousa


SAUDADES
Isabel Sousa


Saudades de olhar à janela
O calmo transeunte que sorria
Na manhã plácida orvalhada
Ou na tarde que anoitecia
No infinito eu louvava a estrela
Que brilhava suave e delicada

Hoje a janela está fechada
Grade de ferro além da vidraça
A gente que passa vai apressada
Olhar a rua já não tem graça

A criança traquina que corria
Tocava a campainha e fugia
Não há na rua grupos de crianças
O portão baixinho e aberto
Deu lugar a muros de concreto
Ou de alto portão de ferro frio
Há no ar tênues esperanças
Dum mundo melhor menos vazio


Não conheço meu vizinho do lado
Se nos cruzamos, olha-me desconfiado
Misturada sensação de clausura
De incertezas – emoções...
É medo? Ansiedade? Insegurança?
As grades de ferro – os altos portões
Acentuam nossa frágil estrutura!



Nenhum comentário: