SEGUIDORES

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Crueldade - Isabel Sousa




Crueldade
Isabel Sousa



Quando penso na chamada cadeia alimentar sinto um não sei quê de constrangedor.
O mundo está montado desta forma assim diremos.
Verdade, não tem como mudar a ordem das coisas.
Porém, ocorrem fatos inconcebíveis.
Fiquei horrorizada ao tomar conhecimento de como os animais que nos alimentam são tratados na maior parte das vezes.
Começando pelos galináceos (frangos e galinhas) que são confinados em cubículos onde mal se podem mexer, e para que não se biquem o que fazem por instinto natural tentando conquistar o mínimo de espaço que lhes é devido para que se possam locomover, então lhes é cortado os bicos.
Que barbaridade!
Parece que a União Européia se sensibilizou e está fazendo algo para abolir essas agressividades.
Pretendem também eliminar uma prática adotada na criação de suínos onde as fêmeas gestantes são confinadas em cubículos até darem à luz.
Precisamos tratar melhor os animais em geral, e, se não podemos fazer grande coisa, denunciar já é algo.
Assim como tentar proibir os rituais macabros com as ovelhas que são degoladas e sem poderem ser sedadas atendendo a preceitos religiosos em cultos muçulmanos, acontece até em países europeus, como na França por exemplo.
É realmente preocupante o tratamento dado aos animais que nos servem de alimento, no mínimo precisamos respeitá-los, já que não podemos virar todos vegetarianos.
Estudar o comportamento dos animais em geral é importante para nós humanos não nos sentirmos donos do mundo.
Eles têm sentimentos – amam – sofrem – e se expressam também quando se sentem felizes.
Um tempo atrás escrevi sobre as touradas, “diversão” covarde!
Espero que um dia elas acabem.
No Brasil não há touradas, mas temos os rodeios, os touros com aquela cinta que lhes deve provocar dores – mal estar – e os peões sentindo-se heróis sobre o sofrimento irracional dos animais.
Quem será mais irracional?


Segue-se um poema que escrevi há cerca de 10 anos. Talvez seja oportuno publicá-lo:



Luta pela sobrevivência
Isabel Sousa

Vejo um barco de pesca
Navegando em alto mar
Uma névoa opalina
Mescla-se à espuma
Das ondas cor de prata
Os pescadores lançam suas redes
E rasgam as entranhas
Das águas oceânicas

Homens simples
Rostos tisnados pelo sol
Tiram vida do mar
Para alimentar outras vidas
E os peixes se agitam
Na agonia da morte
Até sucumbirem
No meio das embarcações
Ou nas areias das praias

Os pescadores precisam da pesca
Para sobreviverem
Homens de quem ninguém fala,
Que enfrentam a força das águas
Em constante labutar
Vão ao mar pra ganhar a vida
E quantos a perdem no mar

A luta pra sobreviver,
Ah, como me faz pensar...
Não consigo entender
A cadeia alimentar
Em nome dessa cadeia
A gente pode matar!

Nenhum comentário: